sábado, 20 de novembro de 2010

moist vagina - nirvana

sua pele cheira carniça. Carniça humana que te levou para as escuridões e você ainda vai implorar para trocar de pele, mas meu amor, você não é cobra. De ilusão já basta eu pensar que sou forte suficiente.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

wordpress - dez de março/2010

muito café e pouco amor, ele se resumia nesta frase. Ele era essa frase. De frente. de verso, em outra fonte, em outro tamanho, até descrita por foto ou ilustração. Não é que ele não amava. Ele amava demais, só não enxergava,, apenas bebia.
(...) é dos sentimentos dos discos que eu falava.

sábado, 6 de novembro de 2010

lua não sorri, lua não chora.
covarde.
sempre está calma e bela;
silenciosa e iluminada;
só alterando sua forma para olhos impuros.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

foto para um vinte e oito de outubro


do dia #08/10

Foi bem aqui que tudo começou. Não. Aqui foi aonde terminou. Tudo começou na esquina de baixo. Mas quero falar daqui, deste lugar indescritível. Ela gritava e me xingava como uma louca, ou como uma amante, ou como uma histérica ou como alguém que amava.

Sei lá, deve ser paranóia minha, mas aqueles gritos não eram meus, não me pertenciam. Eu só conseguia ouvir Janis Joplin no meu fone, ou seja, ela cantou Janis de um jeito maravilhosamente lindo. Puta que pariu, nunca alguém cantou Joplin no meio da rua pra mim. Nem se quer em ambiente fechado. Orgasmo. Mas senti as lágrimas, sabia que era o fim. Mas aquele orgasmo tomou conta de mim e por nada nessa vida eu tiraria os fones para ouvir palavras sinceras. Por nada nessa vida perderia um orgasmo setentista.

Como ela chorava. Chorava demais. E meu orgasmo era forte demais para se comover com lágrimas que logo não existiram mais. Perdi dois quilos. Ela engordou sete (e me culpou por oito). Não havia desculpas, não havia redenção. Fiquei imóvel e ao mesmo tempo em movimento. É como se meu corpo girasse com os ponteiros do relógio na linha do horizonte, procurando o nascer do sol do dia seguinte. De repente percebi um silêncio dela. Um grito da Janis. Uma morte minha.

Enfim resolvi falar. Enfim resolvi olhar. Enfim não tirei os fones. Olhei bem fundo e pedi perdão. Ela com olhar carnívoro, me olhou e pensou em tudo que poderia repetir, as palavras de calão alto que poderia dizer acabando com minha moral na época eleitoral. Mas não, ela ficou em silêncio.

Completei com um silêncio médio e poucas palavras: você é adorável, mas não suficiente. And when you walk around the world, baby you said you’d try to look for the end of the road, cry cry cry baby. Come on.

#10:14

Flutando no silêncio da dor, eu já não era o que chamava de “eu”. Espelhos se aproximavam e se afastavam. Meus olhos lacrimejavam o chá da noite anterior. Socos no que me cercava, gritos silenciosos e sangue espalhado pelo organismo.

É irritante quando a personalidade te inferniza e não te deixa dormir, te obriga aos cigarros e ao café e você fica parado, como uma ameba, sem entender, sem se mover, sem sentir.

O caminhão passou por cima do que eu chamava de alma e nem buzinou. Os faróis vivem apagados e minhas manhãs agora são lentas, paradas.

Me sinto estranho e com falta. Com sua falta, com minha falta. Sobrou massa no bolo e faltou recheio para divertir os olhos juvenis das nossas crianças.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

foto para um vinte e seis de outubro


10:06 #outubro quase no seu fim.

(...) muitos reclamam de saudades, tristezas, infelicidades. Eu só quero reclamar da falta. Se não fosse essa falta gigante na minha vida eu não estaria vomitando gírias e frases de outros olhos, de meus olhos, de minha ce_gueira.
Minha solidão se resumia naquela tarde. Frio, cigarros, café e logo uma garoa. Se ao menos chovesse de verdade eu seria obrigado a me recolher debaixo de algum telhado, uma proteção tercerizada, não sei ao certo, mas eu encontraria alguém mais para olhar. Mas cada gota que descia de sei lá onde, desta garoa de uma tarde de sábado me matava por dentro e me envolvia cada vez mais na minha solidão.

Eu beijei minha mão, senti meus pulsos, garganta e fígado. Ali era pura inocência, pura natureza. A tristeza divina bateu- me a porta.

sábado, 7 de agosto de 2010

gosto e ponto. não é só isso que me satisfaz, mas é isso que me completa de certo modo.


deste ringue eu só saio na maca.

sábado, 17 de julho de 2010

#lá de cima - 14/10/2009

Sonhar é inclassificável,
sonhar às duas e trinta da tarde é profundo.
Daqui vejo sonhos de Teresa, Pedro e Augusto;
Sinto Carlos, Mário e Adélia sonhando também;
Percebo Gerson, Gerson, Gerson.

Silenciar meus prazeres é um sonho,
sonho que não desejo a – realização

segunda-feira, 12 de julho de 2010

#12/07

Ela resolveu ir até a outra linha do metrô. A linha que em plena segunda- feira perdia totalmente o sentido. Mas era isso que a deixava bem. Ela só queria andar e observar as pessoas. Parava de vez em quando para reparar nas atitudes a sua frente - naqueles que tinham pressa, naqueles que se divertiam, naqueles que choravam, naqueles felizes demais, nos perdidos, nos novos, velhos, sábios e aprendizes de sábio. Ela achava tudo aquilo surreal para uma segunda- feira. Acendeu um cigarro.

Observei o cigarro queimando em sua mão congelada. Não, este cigarro não foi feito para tragar. Apenas para ver o tabaco ser queimado. Isso era de competência dela, somente dela. Desta garota que agora derramava lágrimas envergonhadas. Alguma tristeza atacaou a jovem? Alguma felicidade? Lembrança? Ou apenas emoção de queimar o tabaco e não tragar seu pulmão?

As lágrimas não podiam ser disfarçadas. Ela estava numa avenida movimentada e todos observavam aquela beleza molhada. Ela tentava fingir que era de felicidade. Mas jovem, desculpa, você sabe muito bem que tem lágrimas que não tem como disfarçar, e todos nós sabemos, isso é tristeza pura. Não quero julgar vossa senhoria, não quero achar que posso medir teus sentimentos, mas pelo menos encare suas tristezas.

Logo percebi que um rapaz se aproximava. Este rapaz, morador de rua, sem medo de tristezas chegou próximo a jovem, se entregou aos olhos mel da jovem e jogou para ela uma única palavra: encare. A jovem, sem reação, olhou para o morador da terra, desviou o olhar e agradeceu, de tal forma que ele e nem ela mesma conseguiu ouvir. Este, foi embora, sabia que o que poderia fazer pela criança, fez.

A jovem por um momento sofreu por dentro, abriu a bolsa e dessa vez acendeu um cigarro, tragou, tragou, tragou e jogou o médio cigarro no chão. Não era suficiente. Procurou a praça mais próxima, sentou num muro, pegou seu livro de capa clara, e acendeu seu radioativo e tragou como se a vida terminasse ali. Ou começasse.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

resolvi escrever (e talvez cheio de erros ortográficos)

Ele não pensou duas vezes, simplesmente jogou sua testa num impulso que seu corpo todo foi a frente, dando de frente ao único espelho do quarto. Sua testa controlava seus movimentos e seus olhares. Ali, era o momento que ele enfrentava seu maior medo: ele mesmo. Encarar naquele momento foi a pior coisa.

Não sei dizer se ele pensou, o que pensou. Ele só tinha um sentimento, um sentimento que voltou a pertencer seu corpo e alma nos últimos meses. A fuga. Ele sabia, sempre soube que ali não era o lugar dele. Aquele lugar lhe faz mal, vai corroendo aos poucos, e é graças a seus refúgios secretos que ele respira. Um ar que ora é puro e iludido e ora é poluído e cheio de risos sarcásticos.

Seus olhos andavam num movimento frenético, não eram linear, não tinha direção. Derrepente tudo apagou. Ele se jogou, pra aonde ele não sabia o que lhe esperava. Veio ao seu encontro um chão gelado cheio de monstros reais que começaram a despir o moço que anda perdido pela vida. Nú, era puro e sem sentimentos. Pena ter durado cinco segundo, pois logo veios os espelhos, e ele se observando nú foi como um pesadelo. Não por sua fisionomia desgastada, e sim por ver quem ele realmente era. Os vultos perseguiam no chão, e derrepente a água caiu na cabeça ensanguentada, e aquela água de vidro era o que ele chamava naquele momento de eu-despedaçado.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

se ao menos eu fosse tangível, seguraria onde há carne e espírito, e não cairia de tal forma que meu corpo se perdesse da alma.

terça-feira, 22 de junho de 2010

cansada de não enxergar no escuro, resolveu colocar os óculos e sair pelo lado claro.

domingo, 13 de junho de 2010

##

Eu só precisava encontrar um equilíbrio naquela casa que já foi palco de um filme cheio de pré e adolescentes, imune a vida, ou que se sentiam tão imune que não calculavam o peso de seus dedos sobre o ar da nova estação. Eu tinha meu equilíbrio no quarto do lado, mas eu não sabia como utilizar: se bastava abrir, ou se consumia ao máximo. Não sabia se dizia olá ou simplesmente abaixava a cabeça e entrava sobre seu-meu domínio. Eu era tão frágil naquela escuridão, que minhas forças foram atividas pelo sei la o que, e, foi dominando minha alma e meu físico, trazendo a linha de meus olhos o que eu precisava ser. Alguém que sente, mas que deixou de brincar. Nunca fui um ser forte. Não serei. Mas terei momentos de força como as noites psicodélicas do fruto da orgia noturna.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

#

Te observava do segunda andar, e você, sozinha, fingia não me ver, fingia não poder me ver, mas por dentro, por dentro de seus mais secretos desejos, eu sei que você me olhava, até desejava, mas jamais admitiu tal atração. Jamais quis se atrair por alguém que te olha por cima.

orgulho corrói

terça-feira, 1 de junho de 2010

#

a falta de emoção, a falta de emoção, a falta de emoção, a falta de ação.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

# 21:31

rodeada de olhares, ela simplesmente fechou seus olhos, como quem fecha o coração quando há dor, e sua vontade agora era intangível e, segurando os olhos fechados, ela sentiu o que jamais imaginava que encontraria um dia: uma garota desconhecida e perdida entre os lírios, solta na terra, sem nome, sem documento e sem sentimentos.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

ao som de etc..

vejo individualismo nos olhos,
sinto egoísmo nas bocas,
gasto sentimentos nas pessoas.

domingo, 16 de maio de 2010

sexta-feira, 14 de maio de 2010

daqui para lá, sem pressa e sem ordem natural,
daqui para lá, sem lágrimas,
daqui para lá, sem casulo, sem dependências;
daqui para aqui, só como colunas reestruturadas
(do vento, meu único medo, é não voar)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

sim,

- a vida perde toda a credibilidade quando fica nua a nossa frente.

Esta noite eu sabia, ele precisava somente de uma coisa: de um plano de fuga; uma fuga a dois e uma morte à três.

domingo, 25 de abril de 2010

#

Eu vivo caindo nessa coisa, nesse sentimento, nessa inocência madura chamada loucura. L. O. U. C. U. R. A.

Isso não é algo racional, para pensar, feito para tocar e poder contar qual sua forma e até onde dura. É algo que sempre vai pertencer a quem deixou ela entrar, para quem abriu a porta. E eu exclamei: Entre.

Afirmo: existe esta troca de desejos, da loucura e do louco. O louco e a loucura, - talvez um amor sem fim; talvez um ódio sem ponto de partida.

Essa noite a loucura conversou comigo, e pediu que eu ficasse até um pouco mais tarde, fazendo companhia. Ela também sente medo.




e sem tocar, eu já amava.

terça-feira, 20 de abril de 2010

utopia.

E meu maior desejo naquela manhã (nesta) nem tão fria de abril, era ter sua calça branca junto a minha calça suja. Ah, como eu queria ser feliz assim nas viagens matinais. Distribuiria rosas.



mas é só uma utopia.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Dizem que amor, paixão, compaixão faz tão bem a alma, mas não entendo, eu sempre sinto dor. Muita dor (não leia tão alto). Talvez eu nunca amei.




mas a esperança resiste em algum lugar do meu corpo.

domingo, 18 de abril de 2010

segunda-feira, 12 de abril de 2010

# me perdi.

Talvez não sou eu o perdido, é meu coração que não sabe se vêm ou se vai. Se for para o longe, - que vá bem amado -, pois, queira aceitar ou não, o que se busca nessa coisa que é chamada de vida é o amor, não tento mais criar uma cegueira para esta verdade, é o amor que move as pessoas, independente de qual tipo, número, gênero e sua qualidade.

segunda-feira, 29 de março de 2010

lembranças #


Diz- se dia especial. É, um dia como todos os outros, mas que te reprime por ser o único dia que você se sente no direito de dizer seu. O dia que se recebe votos de felicidades (ou não). Dia de lembrar- se dos amores paternais e as falsidades familiares. É, mas este, deste ano, o ano que completo minha felicidade particular, não foi simplesmente o mesmo dia e mês de ano diferente que nasci. Foi algo muito maior.

6:12 - desperta o rádio- relógio. O cara que sempre me acordou, continuava lá, pedindo aos corações solitários esperança na manhã de dezembro. Não, não ousei abrir os olhos, meu medo era maior. Meus medos eram piores que minhas certezas. Não tinha certeza o que poderia ver ao abrir meus olhos. Levantei meu queixo. Senti meus braços vivo, procurei respirar de forma que o começo de meu peito sentisse as minhas vibrações vindas do fígado. Abrindo os olhos, fui procurando meu corpo, e a primeira visão era de meus pés, e essa era minha certeza. A certeza de um pé vivo, de uma vida ainda não perdida.

Meus olhos seguiam todo o meu quarto: copos de birita ao chão, notebook debaixo da cama, livros cheios de anotação pelas páginas com algum tipo de vazio, e logo do meu lado, bem a frente do rádio relógio, três canecas, que na noite passada eram completos de café, café puro e extra- forte.

Não sei explicar como foi a sensação de missão comprida, do meu desejo de chegar aos 18. Enchi com meus sentimentos juvenis e pré- adultos três balões de cores significativas para meus pais, me tranquei no banheiro com a chave do veneno de meus lábios e preenchi todo aquele cômodo, aquele espaço que agora era só meu, de mais ninguém, de meus versos de “parabéns pra você”, sentado ao chão, com minha melhor cueca (aquela que não abusei de promiscuidade humana), acreditei que meu nome era feito de valores e dons domesticados e fiz a minha melhor festa de aniversário, minha comemoração particular, minha celebração do meu nome enfim estar completo. Naquele dia não houveram ligações, não havia forma. Todos meus meios de comunicação estavam desconectados de meu universo, não me senti mal, em nenhum segundo, talvez em alguns milésimos.

Não, não pensei nas pessoas que não lembraram de mim, apenas quando fui me deitar fui capaz de reconhecer, aceitar e gritar para meu organismo que sim, pela primeira vez, vi e senti eu lembrando de mim mesmo, em todos os tempos verbais e em todas conjugações desta língua tão falada por porcos e urubus.

Desta vez dormi sem excesso de café, desta vez dormi sem minha vodca, desta vez dormi comigo, fiz o melhor amor da minha vida e na manhã seguinte, às 6:12 estava ele lá, pedindo pra me levantar porque 6:13 já era atraso e 6:14 já era mais um dia perdido. Eu era o mesmo novamente, e eu teria que esperar mais trezentos e sessenta e cinco dias, ou menos, para um novo encontro com alguém que sou ou serei. Ou simplesmente me envergonhar ao receber uma festa surpresa dos que eu nem sei quem foram, o que são e o que poderiam ser.

Espero mais trezentos e sessenta e três dias ansiosamente. E o banheiro, - agora encontra-se em reformas.

domingo, 28 de março de 2010

uma pausa pro café.(ou para a vida)

Procuro esse sentimento tão necessário nas minhas coisas, já que na tuas coisas não consegui. Não é por culpa sua, você não é incapaz. Incapaz sou eu. Sou um ser, um ser- humano vulnerável a qualquer vento, e sei, e você também agora sabe, que vivo voando por aí. Não se culpe, e se puder não me culpe. A culpa é só um método seu para não acreditar na verdade. Nunca deu certo.

Você criou alguém que sempre quis abraçar e amar, e eu criei alguém que eu para poder chorar à quatro paredes. Enfim, de fantasia já bastava São Paulo. Espero que você saiba andar pelas ruas sozinho

sábado, 27 de março de 2010

-

Sou meu tempo ócio desgastado, minha diversão perdida, meu prazer reaproveitado, sou meu rolê de segunda à segunda: de frente, de lado, de costas e na diagonal.



e você?

segunda-feira, 22 de março de 2010

#Postagem 223

Preciso de uma dose de vodca com duas pedras de gelo e um tanto de suor numa sala escura, cheia de calor humano, ou desumano.

Necessidade não é vontade (Leia repetidamente, e em voz alta).

O que eu quero eu já não sei.

Sei que abdiquei o amor e a dor. Aceitei o prazer, meus luxos e minhas palavras de escárnio. Escarrei suas vontades nesta tua pele de plástico; procurei sentir o que eu nunca senti na vida: - uma vaidosa liberdade de ser - e deixei o cd tocar até a última faixa, quando a coitada da vocalista grita e o amplificador explode (só para chamar atenção).

domingo, 21 de março de 2010

Às vezes é preciso parar (...)

.




.

e enfim



.

encontrar o silêncio,
a morte,
a alma,
e trocar de essência.

sexta-feira, 19 de março de 2010

#

Essa manhã acordei bem. Não estava sujo muito menos lavado. Estava no meu estado mais seco e parado. Ainda não havia aberto meu olhos, que nem estavam tão vermelhos, não quanto ao resto do meu corpo. Lentamente fui descobrindo qual era o status do meu quarto, da minha vida, ou não, ou eu só estava acreditando numa mentira minha, uma mentira só minha, só pra mim e inteiramente em mim. Nada estava em seu devido lugar. Nem meu corpo. Ele amanheceu em cima de minha gaveta de meias e cuecas. Era um corpo suado, assexuado e virgem. Meu nariz não amanheceu sangrando como minhas manhãs normais. Tentei olhar pra mim. E ah. Este que se virava ao espelho atrás da porta não sou eu. É um outro, uma outra coisa que não sei o que é. Pode até ser que seja eu mesmo, mas um eu lírico desconhecido pelo leitor que não lê nem papel do pão, - volte sempre nunca me agradou. Se um dia agradou alguém esta frase escrota e cheia de falsidade é porque ela realmente não voltou. Aonde leva volte sempre todos os dias? À conta do dono rabugento da padaria, que não é português, é brasileiro mesmo. Entenda porque eu dispenso as sacolas simpáticas e capitalistas, sugadoras de suor humano.

Volto à cama que me esperou por tantos dias. Preciso conversar com ela, comigo e com você, talvez.

Preciso me internar com uma plaquinha de necessidade. Necessitar- me de algo que nunca vi e nunca senti, e se já, é uma coisa que não me recordo: o tão falado do eu mesmo, que nunca veio me encontrar.

segunda-feira, 15 de março de 2010

#

Devo voltar a minha antiguidade clássica. Voltar a ser o monstro pensativo que eu era; monstro sensível; monstro que não pensa; que tenta filosofar sobre suas dores e amores. ou não.

domingo, 7 de março de 2010

#

Encontro- me parado, congelado ao tempo. E o que me cerca são as balas perdidas; balas de ódio, balas de desprezo, balas de amor, de dor, de suor, de prazer. Balas, balas, balas. Estou enfileirado em um tiroteio de realidade, dentro de um corpo que não é meu, só aguardando a fatal bala me perfurar, seja minha cabeça, meu coração ou mesmo o dedo do meu pé. Eu tentei me mover, para quem sabe encontrar uma bala de morte, ou uma de vida, quem sabe. Procurei sair, mas uma pressão que vinha de todos os lados, desviando de todas as balas, não me deixou se quer mover o olho direito para a esquerda, não deixou nem eu piscar meus olhos, sentir vida dentro de minhas pupilas rabujentas que reclamam da vida dia e noite, hora após hora.

Sim, eu estava compeltamente morto. Se não foi isso eu estava inteiramente no meu estado de loucura total, ou de amor total, ou até, quem sabe, com quase toda a certeza de um vazio total. Eu não sei quem sou no meio do tiroteio: se sou bala, ódio, dor, amor ou vento.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

#

meu céu agora sorri,
e flutua.
meu corpo se reconhece,
se modifica e todos sentem tal mutação.
até eles.

só queria gritar,
mostrar e desabafar
para aqueles que tanto me amam;
mas que não sei,
não me entendem. (ou me entendem)

meu quintal está incrivelmente molhado,
dessa chuva que vale à ouro,
deste sentimento único e quilométrico.
essa água é de batismo, é minha;
essa chuva me pertence. (Nossa)

sábado, 27 de fevereiro de 2010

#

acelera, acelera meu coração,
desacelera o meu tempo no meu êxtase;
e, quando eu pedir, pára esse mundo (pra mim).

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

me peguei pensando na cor de seu cabelo e no timbre de sua voz, agora tento encontrar a densidade de sua pele e o calor de seus ossos principais e de sua veia, por onde corre, acelera e pula o sangue que eu desejo só pra mim. (alegria)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

e os abraços que conquistei (muitos), não satisfazem a dor de um abraço partido, de um sentimento engravatado.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Será que daqui você consegue me ouvir daí?

Será que seu azul também quer sair?

Será que eu me perdi e não quero mais fugir?

Injus

É justa a justiça com os corpos que sentem? A justiça justa não é constante como as dores de quem vive todos os dias.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

e no meio de toda aquela turbulência,
aquele caos interno,
eu senti,
senti que já havia matado as esperanças,
mas esperanças ressuscitam,
elas morrem e nascem, (ou não);
e o sorriso, (ah, o mias belo que já percebi) predominou,
a alma ficou contente,
e eu já me sinto viciado
- dominado, em nirvana.

não quero parecer melódico demais,
nem bobo demais,
mas é de minha natureza,
não é açúcar, é afeto.

e se a alma pede,
não há dor que me pare.

-

vai, me absorve que hoje eu quero ser só seu, me dissolve e mexe com a colher



quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

eu grito

Porque essas lágrimas sem motivo certo, porque essa tristeza agonizada me perseguindo, ferindo até meus sonhos que despertam pequenos sorrisos pela manhã?

Eu preciso do silêncio do mundo. Esqueça as palavras de conforto, - sinto falta de olhares que não exijam os fonemas, porém que sejam profundamente acolhedores. Que leve minha alma como a natureza leva vidas.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

#

Por um momento, por um único momento, eu sinto medo do mundo. Tento todos os dias seguir conselhos alheios, mas comigo não acontece, comigo a vida não funciona como funicona para as personas alheias. Penso.

Vivo pensando em tudo, procurando uma lógica; uma reposta. É, procurar resposta não é inteligente. Mas essa mania de exigir muito do mundo, esperar atitudes das pessoas, corrói com todas minhas expectativas.

Quando eu era menor e ainda usava aqueles cortes de cabelo infantil, e pagava mais barato em tudo, inclusive na passagem de ônibus (vocês não fazem idéia o quanto pra mim era emocionante passar debaixo da catraca), eu acreditava em tudo, inclusive na filosofia de banca, de que o tempo é o dono do mundo, que o tempo é a cura para qualquer mal. Mas vejo claramente o ciclo de esperanças: nascemos com a esperança 100% da vida, e quanto mais vivemos, quanto mais experiência adiquirimos, essa esperança vai decrescendo. Existem aqueles momentos que a esperança dá uma leve estabilizada, e você crê que tudo é possível, inclusive voar (essa é a época das paixões e do descobrimento do amor). Felizes são aqueles que descobrem o amor. Eternamente feliz são aqueles que descobrem o amor próprio.

Mas essa teoria pode ser invenção da minha cabeça. Na verdade acreditar em teorias é uma teoria, e tudo que segue uma teoria é racional demais para mim. Eu tenho esse lado de cair nas épocas racionais, mas no fundo sou totalmente emocional à mim mesmo. Então, se você leu até aqui, esqueça a teoria do cliclo das esperanças. Eu sei que tudo é possível dentro de mim, o foda é querer libertar essas vontades novamente. Não tenho tanta coragem mais de ser Ícaro todo mês e pular da janela do quarto para voar pelo mundo na minha própria liberdade, na liberdade que sempre sonhei.

Liberdade - não é sair tocando o tal do "foda-se", gritando o "caralho à quatro" ao mundo. Liberdade dentro de mim é ser. Só existe uma pessoa para determinar minha liberdade, a liberdade que eu quero, a liberdade que eu desejo a liberdade libertada dos anos de guerra. Liberdade para mim é alegria e felicidade, vontades e desejos.

Liberdade para o Michaelis:

li.ber.da.de
sf (lat libertate) 1 Estado de pessoa livre e isenta de restrição externa ou coação física ou moral. 2 Poder de exercer livremente a sua vontade. 3 Condição de não ser sujeito, como indivíduo ou comunidade, a controle ou arbitrariedades políticas estrangeiras. 4 Condição do ser que não vive em cativeiro. (...)

Se liberdade fosse única, não precisaria de tanta definição, não precisaria de uma linguagem racional para explicá- la. A única liberdade que eu não quero é a que me desejam.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Conversa

(pessoa 1) diz:
*voce precisa estar muito no escuro pra ver a luz, sabe... é até bom a gente passar por momentos assim que a gente toma medidas realmente EFICAZES
(pessoa 2) diz:
*o problema é quando vc se perde na sua própria escuridão.
(pessoa 1) diz:
*mas aí vem os amigos (cof cof)
*e te mostram que a luz tá aí
*hehehe
(pessoa 2) diz:
*"É incrivelmente doloroso ter que ir à guerra sozinho sem saber como que se pega numa arma de fogo"
(pessoa 1) diz:
*você não tá sozinho
(pessoa 2) diz:
*será?
*nenhuma vida é vivida completamente solitária, mas chega uma hora que a solidão te sequestra.
*é tipo a goiabada longe do queijo
*ela é só goibada.
*porém ela sabe ser gostosa
*assim como o queijo por si só
*o problema é ser goiabada ou ser queijo
*e a maior luta: ser queijo com goiabada.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

(...)

Falta- me alguma espécie de sentimento, alguma palheta de cores que ainda não experimentei. Acho que vira e mexe, molha e seca essa terra e essa falta continua sendo minha. Pertence a este corpo que correr pelas ruas negras da cidade famosa.

Paro e olho para o celular - nenhuma tentativa de chamarem minha atenção. Faz tempo que não recebo as ligações com toques especiais. É incrivelmente doloroso ter que ir à guerra sozinho sem saber como que se pega numa arma de fogo.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

-

esta estranheza que me toca,
é de longe,
é de velhos tempos,
não sei como fugir deste sufoco,
- esta faca que me persegue já é cheia de sangue -,
sangue que é meu,
sangue que é de outros.


este sangue sujo escorre sobre toda minha perna.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

esperar água de onde não há rio (...)

duzentos.

pra que essa falsidade toda,
pra que pensar nessa falsidade toda,
se hoje o que eu preciso é de um abraço,
ou nem isso;
um oi sincero,
ou um aperto em minha mão,
clamando - proteção.

pra que tudo isso se você nunca existiu.

sábado, 2 de janeiro de 2010

primeiro. (quase 200)

como se uma bela dose de café fosse adiantar; como se a cafeína fosse remédio para as dores amadurecidas.. pobre rapaz que acredita em tudo que ouve, eu tentei avisá-lo pra não ouvir só o que quer e para não alimentar qualquer vontade ímpar.

.

E se fosse o dono do mundo, ele se esconderia.