sexta-feira, 28 de agosto de 2009

momento #

Eu ainda continuo vivo. Mas tudo está morto, de que adianta. Minha nudez já não interessa, não tenho quem excitar. Já nem consigo ficar ereto. Meu sexo é egoísta demais, ele matou o mundo, mas não me matou;

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

momento #

Me bateu uma tontura louca. Eu fico girando meu corpo, girando o mundo para achar uma solução. Eu sei, as soluções sempre estão no eixo ou mesmo no enunciado. Deleve eu sei o que eu preciso. Mas não reconheço.

sábado, 22 de agosto de 2009

15:32, com o café focado.

Beijo uma alma,
desconhecida;
famosa;
deliciosa.

A alma me traz prazeres infinitos.
Porém, hoje
preciso de um único prazer:
este, que minhas mãos (poderosas)
já me trouxeram.
Liberto-te alma.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

18/08 - 19:52 (Sem Paz - China)

Acordei mais cedo anteontem. Não era proposital. É que meus pesadelos me estragaram tanto, que acordei de medo. Então pensei em não durmir mais. Inevitável, eu sei. Mas agora eu tento.

Nesta noite descobri uma técnica que não há de falhar. Acompanhar o ponteiro dos segundos. Seus caminhos, suas travessas mais longas e as mais curtas, e seus encontros esperado pelo segundo ponteiro. Se me agoniza apenas ouvir? Não.

Quatro da manhã e eu pensava em fechar os olhos. Os ponteiros me seduziram, já não era eu quem escolhia se durmiria ou não.

Agora eu sinto medo de relógios. Até dos digitais. Continuo não querendo durmir, mas agora não quero acompanhar ponteiros também. E quem disse que o ponteiro faz tic-tac? Não amigos, ele faz apenas tac--tac, com uma pausa equivalente a uma morte entre os tacs da vida. Garanto, é pior. Sempre no seu taczinho irritante e agonizante você se perde, perdeu não só o chão como todos os sentidos, do primeiro ao sexto. Como eu lhe odeio relógio. Declaro. Odeio o tempo. Não, eu não o odeio. Eu o amo. Profundamente.

O tempo não sabe a melhor hora, pois se soubesse não ficaria rodando de tal forma para agonizar os ouvidos alheios, apenas mostraria a melhor hora para cada um. O tempo é um amigo filho da puta. Um camarada distante de perto. Quando você acha que sabe às horas, você se engana. O tempo muda consntantemente acelerado, de forma que sua visão falha. E logo os segundos se tornam minutos que se tornam outras coisas que você está cansado de por em frases clichês. Mas o pior não é o tempo passar, é morrer entre os tempos.

sábado, 15 de agosto de 2009

Espelho que não é meu.

Preciso me refazer. Pra dizer a verdade, eu tento. Todos os dias. Mas ainda nao descobri por onde começo, e se devo começar tal façanha. Isso me constrange. Me constrange dizer, me envergonha pensar. Não posso ter perdido minha identidade. Não.

À alguns meses eu achava que me conhecia. Uns anos atrás eu me conhecia. Hoje, eu sou o de alguns meses e o de alguns anos. Me perdi? Deixei de ser quem eu era? Sou outro? Acho que ainda não tenho tal poder. Mas existem coisas que me intrigam. Demais até.

Queria poder mesmo mudar, daí eu já não seria mas este que me persegue, que me mata e que me ressucita. Puta que pariu porque me traz de novo! Gosta de ver minha dor, mas sou vingativo, e estou começando a amar minha dor. Mesmo sendo um "amor falso" - a palavra amor vem à frente. Acho que ganhei. Não: empatamos.

Eu ainda não sei me livrar de mim mesmo e minha sombra não revela quem sou. Já tentei inúmeras vezes virar a cabeça, mas o que enxergo não sou eu. Ou até sou, mas não me reconheço.

Vou parar de usar as palavras por puro orgulho. Pois amo escrever, e quando escrevo me conheço, e tenho medo de descobrir o que eu não imaginava.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Relação, relacionada.

Não. Não é uma confissão, muito menos uma carta de desabafo.

Acredito em certas coisas na minha vida, cada vez mais penso no que acreditar, no qu enão acreditar, e ando muito desacreditado. Nossa, isso é péssimo. Mas tentarei compartilhar, sei que as palavras são minhas amigas, ou não. Acho que amizade só fiz com as letras e seus sons, mas com as palavras temos um relacionamento difícil. É sobre isso mesmo que penso em dizer: Relacionamentos.

Não sei, não entendo, não quero entender (ou quero) os relacionamentos. Eles são imperdoáveis, volúveis e lúdicos. Mas vivemos a vida procurando relacionamentos perfeitos, seja com alguém pra chamar de marido ou mulher, com amigos, com seus pais ou mesmo com as palavras. E por pior que seja o pior relacionamento é o consigo mesmo. Credo, é péssimo. Eu me ataco diariamente, me corrijo todos os dias e me elogio todas as noites. É incrível a imbecilidade de querermos encontrar relacionamentos perfeitos, duradouros, o relacionamento é utópico demais, isso não faz bem. É como comer banana com catchup, já experimentei e é horrível.

Independente do tipo de pessoa, tá não depende do tipo de pessoas, prefiro não classificá- las, pessoas são incrivelmente inclassificáveis. É uma burrice dar nome ao nome. Todas as personas buscam um relacionamento perfeito, e quando se acaba um relacionamento que fora incrível, por mais que sofra, que haja mortes constantes, que role sangue ou perdições, ela termina com mais forças pra começar um novo. E este é um ciclo bizarro, um ciclo tenebroso, fugaz. Ciclo que não tem como fugir, um ciclo que está a noroeste, sudeste, norte, sul..

É de tamanha consciências que relacionamento é um bicho de treze cabeças, ou até quatorze, não sei. Mas a consciência maior é sabermos que ninguém é igual a ninguém, que todos somos ímpares. Ninguém nasce par, as panelas não precisam de tampas. Até precisam, mas as tampas só prestam nos momentos de fogo, de muito fogo e água no feijão. Tirando estes momentos a tampa é desnecessárias e inútil.

Não penso isto apenas de relacionamentos amorosos como já disse. Inúmeros relacionamentos, seja pessoal, com o ambiente ou com a realidade. Na verdade o conceito de relacionamento ainda é péssimo demais. E se isolar não é uma solução. No momento que estamos não há mais soluções, apenas acertos de relação. E as palavras um dia vou compreender, conhecer, dominar e subverter.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

domingo, 9 de agosto de 2009

Não sei explicar o ódio, não sei explicar o sofrimento, não sei explicar a tristeza. A unica coisa que sei, é que eles me contaminaram.

sábado, 8 de agosto de 2009

da grama ao caos.

Ente árvores, vejo olhares e reflexos, evito encará- los.

Pela primeira vez meu corpo se encontra sublime e no ponto de se tirar do forno; mas não á momento de devorá- lo.

Meus dedos têm o calor necessário; minha alma começa a conversar com meu corpo, de maneira que sinto - inveja.

Não é felicidade. É alegria. Alegria maior que eu mesmo.

Minha carne é só minha, de mais ninguém; minha carne é a mais deliciosa e picante das carnes, e eu ainda tenho um jeito carinhoso de conhecê- la cada dia mais.

Entre as árvores vejo Deus, e peço algumas informações em vão. Devo ter morrido.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Entediante; entediado.

O tédio: Ahhhhhhh o tédio. Não precisa de explicação. Eu seria óbvio demais, e isso me acidenta profundamente.

Um silêncio que não se cala, e que não se importa nem um pouco de interromper a paz; não tem escrúpulo. Se é odiado, é em demasia. Mas meu caro, não adianta. Pode gritar, mas o tédio não é simplesmente tédio. Ele é - "t é d i o" - e o pior é o acento. Fode.

Conte quantas vezes o tédio te pegou. Não conte, sinta. É difícil, eu sei. Você já deixou o tédio te sentir? Pegue ele, mas não o toque, não seria interessante. O tédio é como uma morte momentânea. E talvez você não seja entidade nenhuma, e não volte. Não é meu desejo. Meu profundo desejo é apenas entediar o tédio, o infernizar, mas longe dele. Somente com meu olhar, também não tenho olhos de ressaca para um dom destes. Fui desviado de qualquer dom. Não os domino, sou falha. Porém sou esforçado, não tento ser plástico, sou carne e osso, e me contento em errar, mas não sou cheio de filosofias gastas: de vou mudar, isso só acrescenta em minha vida. Não meu caro, sou assim mesmo, errante e conformado.

Levantai os mortos esta noite; balançai minha vida; agitai os muros gastos e pixados; derrubai as lâmpadas e brindar a noite; jogai- nos nas gramas mais sujas e feias da cidade, beijai o asfalto até o sangue me contemplar.

Preciso de mais adrenalina, preciso ter medos mais físicos, arranquemos as raízes de sofrimento, a raíz só pode ser uma, e esta tem que ser unicamente meu corpo por inteiro. Alma é desilusão, não pense nela. Ela já pensou por você? Por mim, nunca, então, penso com o corpo desde ontem, penso nos movimentos mais bruscos, e nos de leveza. Minha sensação é de obrigatoriedade de libertar e meditar minhas vontades; meus quereres.