segunda-feira, 5 de outubro de 2009

esta carne gasta

e essas angústias que não sai do corpo,
essa dor que sempre arde e que eu vejo passar;
arranho- me completamente até o sangue denunciar a dor,
até minha carne brilhar à luz do dia.

as baterias estalam e meu coração explode;
a energia é contrária;
quero o inevitável;
o desejo não pode se questionar: meu alimento.

não sei definir a angústia,
não tenho tal vontade;

minha sombra é minha dor,
minha angústia tem reflexo no prazer.

minha mente agora dilata,
dilata odores e formas;
é minha maneira de gritar;
modo único? óbvio que não.

só sei escrever quando sentimentos são profundos,
e neste instante não sei o que é ser profundo,
não sei o que sou, não sei o que sinto.
nem sei se sinto e se sou.

estou cá, lá, acolá,
e não estou.
as dores mais insanas são as de tardes ensolaradas,
tardes de suor e tesão morto.

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